Existem muitos mitos e curiosidades sobre os procedimentos cirúrgicos e, ainda mais, sobre a anestesia.
Convidamos o Dr. Rafael Nudelman, Médico Veterinário e Anestesiologista do CVL, para responder as maiores dúvidas dos tutores no consultório.
1. Animal idoso pode ser anestesiado?
Sim, pode! Não importa a idade, e sim, a necessidade do procedimento. Antes da cirurgia é necessário realizar consulta e exames, para avaliar se o paciente tem condições de passar por anestesia/cirurgia.
2. A anestesia inalatória é a mais segura?
Não. Existem na medicina veterinária, diferentes tipos de anestesia que trazem segurança ao procedimento anestesiológico. Não importa qual o tipo de anestesia será, a segurança se dá pela possibilidade de controlar o quanto de anestesia o paciente está recebendo.
3. Quais são os tipos de anestesia?
Inalatória: emissão de gás (agente anestésico) pela via aérea, paciente intubado levando o anestésico inalatório até o pulmão onde será absorvido, chegando ao cérebro a fim de induzir o paciente ao “sono”.
Intravenosa total: medicamentos (1 ou mais) feitos pela via intravenosa, que irão promover o sono artificial (anestesia).
PIVA: combinação da anestesia inalatória com a infusão de medicamentos pela via intravenosa, principalmente de analgésicos.
4. Qual a importância do Anestesiologista? Precisa ter um nas cirurgias?
É ele o responsável por controlar a anestesia do paciente, ele deve ser capacitado a fim de monitorar, prever e sanar problemas. Controla a profundidade da anestesia, para que o paciente não acorde e não se aprofunde demais na anestesia e corra riscos, e claro, impedir que os pacientes sintam dor, durante e após o procedimento.
5. O que é monitorado durante uma cirurgia/anestesia?
O anestesista monitora o paciente tanto de forma direta como indireta.
Na forma direta, ele observa os reflexos palpebrais, retirada de membro, tônus de mandíbula, padrão respiratório, frequência respiratória, frequência cardíaca, forma do pulso, coloração das mucosas.
Com o auxílio do monitor multiparamétrico, pode-se avaliar o eletrocardiograma, a frequência cardíaca, o pulso, a pressão arterial, oxigenação do sangue, temperatura, quantidade de gás carbônico eliminado e a quantidade de anestésico enviado ao paciente.
Dessa forma, trazendo segurança ao procedimento anestesiológico.
6. Sobre monitoração anestésica, o que cada coisa faz?
Eletrocardiograma: monitora a atividade elétrica do coração, ritmo e frequência.
Saturação de oxigênio: demonstra a quantidade de oxigênio no sangue, possibilidade saber se o paciente está oxigenado (recebendo oxigênio) adequadamente.
Pressão arterial: parâmetro importante para saber se os órgãos e tecidos estão recebendo sangue de forma adequada.
Temperatura: importante fator, pois o nosso organismo e o dos nossos pets precisam manter uma temperatura boa (normal para cada espécie) para que os órgãos e suas funções funcionem de maneira correta.
Avaliação da quantidade de gás carbônico exalado: demonstra várias correlações e assim podemos avaliar cada caso, correlação com a pressão arterial e a ventilação do paciente.
7. Anestesia tem risco?
Sim, toda anestesia/cirurgia envolve risco, seja na medicina veterinária ou seja na medicina humana.
A fim de minimizar esses riscos, devemos passar por uma consulta clínica e realizar os exames solicitados (risco cirúrgico). Para diminuir ainda mais esse risco, o procedimento cirúrgico deve contar com uma equipe especializada: cirurgião, passante e anestesiologista. Buscar sempre profissionais capacitados que apliquem seus conhecimentos com a intenção de cuidar do paciente, principalmente se preocupado com a monitoração adequada.
8. Sedação é a mesma coisa que anestesia?
Não. Na sedação, o paciente ainda tem consciência e responde a estímulos. Na anestesia geral, o paciente não responde a estímulos, se encontra inconsciente.
9. Tem problema anestesiar meu pet mais de uma vez?
Nenhum problema se os exames do animal estiverem positivos. Orientamos, quando possível, um intervalo de 3 a 7 dias para poder repetir os exames e avaliar se pode repetir a anestesia.
10. É a mesma coisa anestesiar cães e gatos?
Não. Gatos têm particularidades comportamentais e devem ser consideradas. O estresse, por exemplo, afeta a anestesia diretamente e devemos sempre minimizá-lo.
Doses dos medicamentos também são diferentes, devendo assim respeitar as particularidades de cada espécie
11. Quais espécies podem ser anestesiadas?
Se biologia fosse matemática, diríamos que todas. Mas como não é, dizemos que quase todas.
12. Quais espécies mais diferentes a equipe do CVL já anestesiou?
Já fizemos muitas, mas podemos considerar tigres, leões, gorilas, sapos e, até mesmo, peixe maiores como tubarão e pequenos betas.
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